Neuza Lefundes 08 março, 2008

CÂNCER DE MAMA
Prevenção começa cedo.
O câncer de mama é um problema que ocorre com cada vez mais mulheres ao redor do mundo. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse mal é o primeiro em relação ao sexo feminino, tendo atingido, no Brasil, cerca de 49 mil mulheres em 2006.
O câncer, no geral, pode apresentar diferenças em relação ao tempo de crescimento, tipo e local onde inicialmente se forma e à resposta ao tratamento. Mas, o funcionamento do problema segue um padrão. “O câncer de mama, assim como todos os outros, age por meio das propriedades incontroláveis - invasão, mobilização e destruição celular -, que as células normais passam a adquirir devido às alterações de sua estrutura genética”, explica Edison Mantovani Barbosa, coordenador do Departamento de Mastologia do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC).
O especialista esclarece que a doença, apesar de raramente, também pode atingir homens (um para cada 200 casos femininos), mas é mais frequente em mulheres e as piores conseqüências são: a invasão de outras estruturas, o crescimento à distância (metástase) e a morte do paciente. O câncer de mama ocorre devido à combinação de uma série de fatores, como: “ser mulher, acima de 45 anos, gravidez tardia (acima de 30 anos), primeira menstruação precoce (10 a 12 anos), menopausa tardia (acima de 50 anos) e história familiar de câncer de mama (precoce e bilateral)”, explica Barbosa. O médico também chama a atenção para outras questões, tais quais vida saudável, meio ambiente, cigarro, dieta, contato com produtos químicos e radioativos etc.
O AUTO-EXAME
O tempo é um importante aliado no que diz respeito ao tratamento do câncer de mama. É essencial que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível e o auto-exame é a primeira ferramenta que a mulher tem para detectar o problema.
“O auto-exame é importante para a conscientização do problema câncer, fazendo com que as mulheres passem a fazer os exames de rotina ou busquem o mastologista para esclarecer dúvidas. Deve ser feito mensalmente, na semana seguinte ao término da menstruação, ou, para as mulheres que não menstruam, em uma determinada data do mês”, orienta Barbosa. O
Ministério da Saúde ensina duas maneiras para realizar o auto-exame:
  1. Deitada de costas e/ou durante o banho, apalpe suavemente a mama com as pontas dos dedos - mão direita para o seio esquerdo e mão esquerda para o seio direito. A intenção é observar se existem alterações na pele, regiões endurecidas, doloridas ou presença de caroços;
  2. Em frente ao espelho, observe se existem alterações na cor e textura da pele do seio e mamilos. Pressione o mamilo para detectar a presença de secreções.

É necessário destacar que, apesar de importante, o auto-exame não deve ser o único fator utilizado para o diagnóstico, que, de acordo com o especialista, é feito por meio do exame mamográfico rotineiro, sendo requisitados testes complementares se preciso. “Quanto mais cedo o problema for detectado, mais eficiente será o tratamento. O procedimento cirúrgico conservador somente é possível se o diagnóstico for precoce”, alerta.

Os avanços da medicina oferecem métodos de prevenção para a doença, mas nenhum oferece resultados definitivos, até então. “Hoje, já se trabalha com drogas com potencial de interferir no aparecimento do câncer de mama, assim como com cirurgias preventivas, mas a prevenção primária ideal ainda está por vir”, explica Barbosa.

CÓLICA

A dor que vai e volta

Se você se contorce de dor todos os meses por causa das cólicas, saiba que é um sintoma comum do período menstrual. Como não é uma doença, não existe cura, mas, sim, tratamentos que ajudam a aliviar a dor.

O ginecologista Sérgio dos Passos Ramos explica que a cólica aparece devido a contrações involuntárias do músculo do útero e isto pode provocar fortes dores, daquelas que “vão e voltam”. “Faz parte da natureza feminina e funciona como um sistema de defesa, já que, na menstruação, há um grande volume de sangue no útero. Os músculos da região se contraem para que a mulher não perca muito sangue, evitando hemorragias”, revela.

A cólica é comum na maioria das mulheres (em torno de 70%). A intensidade e a duração podem variar. Em 50% dos casos, as dores são tão fortes que chegam a impedir a realização de atividades do dia-a-dia ou, até mesmo, a ida ao trabalho. “Pode aparecer horas ou minutos antes do sangramento e a dor mais forte acontece, geralmente, no primeiro dia”, diz o médico.

Sintomas e tratamento

A dor costuma aparecer no abdome (baixo ventre) e nas costas (região lombar), como “pontadas”. Pode acompanhar outros sintomas da menstruação, como enjôo, diarréia, dor de cabeça etc. Apesar de a cólica ser um indício normal da menstruação, não dispensa uma avaliação com o ginecologista, principalmente no que diz respeito à mulheres que menstruam pela primeira vez.

A investigação das causas da cólica é feita por meio do exame de ultra-som transvaginal (ou pélvico, no caso de meninas virgens). Assim, é possível avaliar o útero e verificar se existe a possibilidade de endometriose (presença de endométrio – camada interna do útero - em locais fora do órgão), o que pode causar infertilidade no futuro. De acordo com o resultado do exame, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes.

Os tratamentos que apresentam melhores resultados, de acordo com Ramos, são aqueles à base de antiinflamatórios específicos, que bloqueiam a prostaglandina (hormônio que estimula a contração do músculo uterino). O ideal é que o remédio seja usado como prevenção, e não para curar a dor quando ela já estiver sido manifestada. “Pode ser tomado um dia ou horas antes do momento em que a dor costuma aparecer”, orienta o ginecologista.

Mitos e verdades sobre a cólica

1- Cólica é uma doença.

Mito. Não é doença, mas sim um sintoma comum da menstruação. Por isso, não possui cura, mas, sim, tratamento.

2- Bolsas de água quente ajudam a aliviar a dor.

Verdade. “O tratamento térmico - tanto as bolsas quentes como as geladas - ajudam a aliviar a dor. Basta a mulher testar com qual se sente melhor”, sugere Ramos.

3- Tomar banho e lavar cabeça pode piorar a cólica.

Mito. Não existe nenhuma relação entre a cólica e qualquer outra atividade do dia-a-dia. “Mas, acontece o seguinte: se a mulher acreditar que isso faz mal, pode se sentir pior de verdade”, afirma o médico. Portanto, esqueça essa lenda.

4- Uso de anticoncepcional melhora a cólica.

Verdade. Algumas mulheres podem sentir melhora ou ausência de cólica durante a menstruação quando fazem o uso de anticoncepcional. A explicação, segundo o ginecologista, é a de que o medicamento reduz o fluxo de sangue da menstruação. Na verdade, produz uma falsa menstruação, o que os médicos chamam de “hemorragia de privação”. Menos sangue é igual a menos contrações e diminuição da dor.

5- Analgésicos eliminam a cólica.

Errado. Os analgésicos podem aliviar a dor momentaneamente, mas não interromper. Também podem ser úteis no combate a outros sintomas, como a dor de cabeça. Mas, para a cólica, o mais indicado são antiinflamatórios específicos, indicados sempre por um médico, após avaliação.

6- Mulheres que já passaram por uma gestação sentem menos cólica.

Verdade. O útero sofre modificações de tamanho durante a gestação. O fluxo de sangue e as contrações uterinas também sofrerão alterações e, por conseqüência, podem diminuir as cólicas.

7- Cólica e TPM é a mesma coisa.

Errado. Cólica é aquela dor que “vai e volta”, não é continua. Algumas mulheres ainda confundem os sintomas da tensão pré-menstrual (TPM) - como dores na mama, cansaço nas pernas, dor de cabeça, entre outros -, com a cólica. Estes sintomas podem aparecer de 15 a 10 dias antes da menstruação, não exatamente durante o sangramento, como é o caso da cólica.

8 – Certos alimentos podem aumentar a cólica.

Mito. Nenhum tipo de alimento influencia aumentando ou diminuindo a cólica.

Fonte: http://www.portalfeminino.com.br/SaudeDaMulher

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